O ESTADÃO
O serviço veterinário e
fitossanitário da Rússia, Rosselkhoznadzor, anunciou nesta segunda-feira
que vai impor restrições temporárias à carne bovina e suína do Brasil a partir
de 1º de dezembro. Segundo o departamento russo, a medida se deve à
detecção na carne exportada de substâncias como ractopamina e outros
estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais.
“Infelizmente, o
Rosselkhoznadzor é forçado a afirmar que, de acordo com os estudos
laboratoriais, os estimulantes de crescimento banidos foram novamente
detectados nos produtos de criação de gado que chegam à Rússia do Brasil em
2017”, afirma o serviço em nota publicada em seu site.
A Rússia diz ainda que, “para regular a situação e obter
informações confiáveis do lado brasileiro”, o Rosselkhoznadzor enviou uma
proposta ao Ministério da Agricultura, no dia 16 de novembro, para conversar o
mais rápido possível. “No entanto, o diálogo com o lado brasileiro não ocorreu
até o presente”, diz o departamento russo.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi,
negou que a medida represente o fechamento da Rússia para as carnes
brasileiras. “Eu não considero isso como um mercado fechado, mas uma coisa
que acontece permanentemente nas fiscalizações. É para isso que elas existem.
Não está fechado não, acho que são três ou quatro empresas que foram citadas
que apareceram com esse problema, o restante continua trabalhando”, disse o
ministro a jornalistas.
Blairo disse que a ractopamina é permitida
em alguns países, mas este não é o caso da Rússia. Ele afirmou que o ministério
tem programas de rastreamento que buscam garantir que o aditivo não esteja
presente nos carregamentos destinados ao mercado russo. “Agora, se alguma
empresa fraudou ou deixou passar ou não conseguiu controlar isso, compete sim a
eles fazerem as observações e a nós fazermos as correções aqui”, acrescentou.
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